São Bernardo do Campo / SP - terça-feira, 19 de março de 2024

Ansiedade

Transtornos Ansiosos.

  • Que são elas?

São transtornos nos quais uma ansiedade é desencadeada exclusivamente por situações nitidamente determinadas que não apresentam atualmente nenhum perigo real. Estas situações são, por este motivo, evitadas ou suportadas com temor. As preocupações do sujeito podem estar centradas em sintomas individuais tais como palpitações ou uma impressão de desmaio, freqüentemente se associam ao medo de morrer, perda do autocontrole ou de ficar louco. A simples evocação de uma situação fóbica desencadeia em geral uma ansiedade antecipatória. A ansiedade fóbica freqüentemente se associa a uma depressão. A ansiedade é uma manifestação fisiológica intrínseca ao ser humano. Pode ocorrer de forma normal ou patológica e é necessária para a sobrevivência social. Sem ansiedade não teríamos um desenvolvimento adequado de nossa personalidade. Aparece desde o nascimento e permanece até a nossa morte. Devemos, no entanto, diferenciar a ansiedade adaptativa (normal) da ansiedade patológica (doentia), que desencadeia sofrimento e desadaptação social.

  • Quantos sofrem delas?

O ECA (Epidemiologic Catchment Area), estudo norte americano, estimou a prevalência geral (somando-se os transtornos, inclusive fobias específias) em 8,9% para seis meses e 24% ao longo da vida. Em relação ao sexo, a maioria dos estudos concordam que a prevalência dos transtornos ansiosos é aproximadamente duas vezes maior em mulheres do que em homens. Há maior prevalência dos transtornos ansiosos nos grupos mais jovens, especialmente para as fobias específicas, pois estas tendem a apresentar remissão(melhora) espontânea antes da vida adulta. No Brasil, em um estudo de morbidade psiquiátrica de adultos realizado em Brasília, São Paulo e Porto Alegre, Almeida Filho e colaboradores encontraram os transtornos ansiosos em primeiro lugar entre os mais prevalentes diagnósticos psiquiátricos, constituindo o principal problema de saúde mental das regiões urbanas brasileiras. Os transtornos ansiosos são os mais freqüentes transtornos emocionais na comunidade e nos sistemas primários de saúde.

  • Que se pode fazer?

Procura-se um profissional para tratamento basicamente em três situações; quando somos encaminhados por outro profissional da saúde (clínico geral, outros especialistas), quando acreditamos estar sofrendo um transtorno de ordem emocional (distúrbio do sono, pensamentos que causam sofrimento, tristeza ou alegria exageradas ou por tempo prolongado, nervosismo com ou sem dores de cabeça que atrapalha nossas atividades do cotidiano, crises de medo recorrentes que tendem a modificar nossos hábitos, diminuição de nosso desempenho intelectual, sensação de perda de energia sem comprovação da presença de um mal físico, alterações de comportamento, etc.) e quando nossos familiares ou amigos sugerem uma avaliação de um especialista (muitas vezes não percebemos nossas mudanças). A procura precoce de uma avaliação, na maioria das vezes, evita danos maiores, cronificação de uma doença e prejuízo funcional importante com piora da nossa qualidade de vida e daqueles com quem convivemos.

Fonte: Ambulatório de Ansiedade - IPq-HC-USP (www.amban.org.br)